domingo, 28 de junho de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

DIA 26 DE JUNHO HÁ JAZZ NO CLUBE





Com Mareike Sindermann Figueiredo (voz), Hugo Carvalhais (contrabaixo) e Paulo Gomes (piano).

sábado, 20 de junho de 2009

APRESENTAÇÃO DO LIVRO "A FRAGMENTAÇÃO DO SELVAGEM" NO CLP

MELODIAS DE SEMPRE COM JOSÉ RITO

Esta noite, pelas 23h00, José Veloso Rito tocará as Melodias de Sempre no Piano Bar do Clube Literário do Porto.

HOJE
no CLP
às 23h00

sexta-feira, 19 de junho de 2009

APRESENTAÇÃO DO LIVRO "AURORA DE POETAS" HOJE NO CLP



Esta noite, pelas 21h30, o jornalista César Príncipe estará no CLP para a sessão de apresentação pública do livro "Aurora de Poetas - Poetas Somos".



POETAS SOMOS é, só por si, uma lufada de ar fresco. E uma brisa de esperança. No princípio, foi projecto na net. Ainda é. Mas agora é também livro. Este que tem nas mãos. Abra e veja. Dentro tem Poemas. E Poetas. Alguns estreantes e, até agora, ainda desconhecidos. Não o serão mais depois deste livro. Deixe-se surpreender e cativar. Afinal, há ainda bons motivos para estarmos vivos.



Para mais, o produto da venda do livro vai inteirinho ajudar a concluir a construção do Barracão de Cultura, em Macieira da Lixa, neste momento, já definitivamente pronto por fora. O Barracão de Cultura é o sonho da pequena Associação Cultural AS FORMIGAS DE MACIEIRA, em que também está metido até aos ossos o Padre Mário de Oliveira ou Padre Mário da Lixa.

Os apoios oficiais têm sido nenhuns. Bastantes, os dos amigos, elas e eles. De longe e de perto. Anónimos uns, e muito conhecidos outros, nomeadamente, do mundo do Teatro, das Artes, da Música, numa palavra, da Cultura. Junta-se agora a todos eles, este punhado de poetas. E também você que vai adquirir e ler o livro. E, depois, ainda vai dar um salto àquela freguesia do Concelho de Felgueiras, para ver a obra com os seus próprios olhos. E abraçar as Formiguinhas. Elas precisam deste seu afecto. Desta sua ternura. Deste seu apoio. Porque não é todos os dias que alguém duma aldeia do interior se mete a dar corpo a um Poema, a um Sinal, da envergadura deste. O Projecto POETAS SOMOS, para além de contribuir socialmente para a realização da Obra de Acção Sóciocultural designada por Barracão de Cultura, surgiu com o intuito de gerar um espaço cibernético de divulgação de poetas e da sua poesia, partindo da inspiração de todos, para divulgação por todos, numa partilha de sentimentos e cultura que se transforme em reflorescimento de Poesia!

Esta edição, com a publicação da primeira série de poemas desta iniciativa, é o culminar da etapa de nascimento do projecto. Por isso, POETAS SOMOS e esta, a nossa AURORA DE POETAS.

«Quando alguém abre um espaço à solidariedade; quando há pessoas que ainda acreditam em gestos desinteressados sem deles esperar paga ou dividendo; quando há alguém que não se esconde 'à sombra dos abrigos', como dizia a nossa Sophia; quando ainda se promovem actos com significado cívico e cultural, e tais actos são criadores de novas formas de cuidado para com o próximo, os valores da natureza e da cultura, então sim, talvez possamos dizer: Poetas Somos.» Nuno Higino

HOJE
no CLP
às 21h30

A POESIA DE MANUEL ANTÓNIO PINA POR JOÃO LUÍS BARRETO GUIMARÃES

(...)
"Anões aos ombros de gigantes, portanto, como nos lembra Matei Calinescu. É como me sinto perante MAP. A inspiração, desenganem-se os românticos, não passa de leitura, ofício e tradição. O meu desejo é que um dia alguém me roube tão bem como eu o roubei a si, Manuel António, tão bem como suspeito, - apenas suspeito, - que o Manuel António soube roubar a outros."

- ler mais aqui no Poesia & Lda, blogue de João Luís Barreto Guimarães.

CONCERTO: ANA LUÍSA MONTEIRO


Esta sexta-feira, pelas 23h00, no Piano Bar do CLP realiza-se o concerto de Ana Luísa Monteiro, (piano).

HOJE

no CLP

às 23h00

APRESENTAÇÃO DO LIVRO "O MEU AVÔ AFRICANO"



O Clube Literário do Porto tem o prazer de receber o Coronel Aniceto Afonso para a apresentação do seu último livro "O meu avô africano", Casa das Letras. A apresentação da obra estará a cargo do Coronel Carlos de Matos Gomes.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

DIA 18 DE JUNHO HÁ POESIA DE CHOQUE NO CLP


Erradamente, o dia 16 de Junho foi anunciado como a data para a sessão da Poesia de Choque, com A.Pedro Ribeiro e Luís Carvalho no CLP deste mês.
Pedimos desculpa pelo erro e agradecemos a Angel a chamada de atenção. A próxima noite de Poesia de Choque é no dia 18 de Junho, pelas 21h30.
Contamos consigo!

INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO "JÚLIO RESENDE - HOMENAGEM DO TEP NA CASA-MUSEU TEIXEIRA LOPES

segunda-feira, 15 de junho de 2009

OFICINAS DE FILOSOFIA PRÁTICA E PENSAMENTO CRÍTICO

- saber mais aqui.

DIA 20 DE JUNHO, APRESENTAÇÃO DA OBRA "A FRAGMENTAÇÃO DO SELVAGEM"

A apresentação da obra "A fragmentação do Selvagem", da autoria de Amadeu Liberto Fraga, estará a cargo de Gonçalo Nuno Faria.


O que a poesia de Fraga nos oferece é a oportunidade de voltar a acreditar. Reconcilia-nos com a nossa ancestralidade e, por via de uma inocência perdida, faz-nos ter esperança num amanhã onde quase duvidamos acordar. Abre-se, pois, o caminho para a desilusão como via de alcançar um mais alto propósito. Esta é, assim, uma poesia que nos leva a atentar na arte do acaso urbano em pormenores simples e nem por isso menos importantes que a arte do amor, aqui e ali descrita em episódios que se lêem com a autoridade de quem já amou.

O BALANÇO DA FEIRA DO LIVRO DO PORTO NOS ALIADOS

"Encerrou sem chuva e, mesmo em tempo de crise, o volume de vendas "cresceu" em relação ao ano anterior. O regresso da Feira do Livro do Porto à Baixa e ao ar livre, contudo, não agradou a muitos dos livreiros presentes: faltou a sombra das árvores nos dias de maior calor, não existiam casas de banhos e os horários estavam "desajustados"."

- ler aqui a notícia completa do DN Online
- retirado daqui da revista Ler.

sábado, 13 de junho de 2009

ATÉ O GUARDA-FREIO DO ELÉCTRICO 191 LEU VERSOS DE DANIEL FARIA


Até o Sr. Francisco Leite, guarda-freio do nosso Eléctrico 191 não resistiu a ler um poema de Daniel Faria para encerrar a noite! Ver aqui, aqui e aqui outras fotografias da evocação do poeta de "Explicação das Árvores e de Outros Animais".

sexta-feira, 12 de junho de 2009

INAUGURAÇÃO DE "PLANET KARAVAN", EXPOSIÇÃO COLECTIVA DE Ângela Berlinde, César Taíbo e valter hugo mãe HOJE NO CLP

HOJE

no CLP

às 21h30

MOMENTOS DO ELÉCTRICO 191 NA NOITE EM QUE SE ASSINALOU UMA DÉCADA SOBRE O DESAPARECIMENTO DE DANIEL FARIA


- Maria José Veiga


- Rafael Tormenta


- Joana Serrado

Ver mais fotografias aqui sobre a noite de 9 de Junho no Eléctrico 191 e a evocação do poeta Daniel Faria do Clube Literário do Porto.

AMANHÃ, APRESENTAÇÃO DO LIVRO "E MORRERAM FELIZES PARA SEMPRE"


Amanhã, dia 13 de Junho, pelas 16h30, o Clube Literário do Porto recebe a apresentação do livro "E morreram felizes para sempre", de Carla Ribeiro, HM Editora

quinta-feira, 11 de junho de 2009

DE COMO O ELÉCTRICO 191 SE ENCHEU DE POESIA NA NOITE DE 9 DE JUNHO

DIA 16 DE JUNHO, QUINTA-FEIRA, HÁ POESIA DE CHOQUE NO CLP

ALGUNS DOS MOMENTOS DE POESIA DA NOITE DE 9 DE JUNHO

- Paulo Renato



- Nuno Higino





-Alexandra Malheiro

- Isabel Marcolino

Ver aqui mais fotografias da homenagem que o Clube Literário do Porto, em colaboração com o Colectivo das Quartas Mal Ditas e com o apoio do Museu do Carro Eléctrico, realizou dentro de um eléctrico à porta do CLP para assinalar uma década sobre o desaparecimento do poeta Daniel Faria.

"A Daniel – pela boca vazia de Paulo Renato C. J. e de muitas mulheres matutinas, profetas do Sol ", POR PAULO RENATO EM 09/06 NO CLP





Clube Literário do Porto, 09.06.2009
10º Aniversário do Falecimento de Daniel Faria

A Daniel – pela boca vazia de Paulo Renato C. J. e de muitas mulheres matutinas, profetas do Sol
Será possível cantar agrilhoado em Babilónia? Cantar de dentro dos muros da cidade-cativeiro? Cantar de dentro das pedras da cidade-cativeiro? Não sei, mas não creio. Imagino que aí, como aqui quase sempre, o canto se desfaça em lamento, em pranto, em soluço, em mudez, em jejum, em emagrecimento, em insónia, em loucura, em delírio, em visão – tudo de dentro das pedras, através das pedras que fermentam e crescem no chão e na muralha.

Não sei cantar em Babilónia, mas escrevo o mais que posso, ao ritmo incerto do sangue que aquece e arrefece, instável. Escrever em Babilónia acontece em toda a escrita. Aí, como aqui quase sempre, se delira uma salvação, um regresso, uma voz que chama no deserto, para além do deserto. Ora, não há nada mais árido e sequioso do que um coração. Pois, um coração tem sede de todas as fontes e tem vincos de todos os grilhões. Logo, há sempre muita Babilónia nos músculos do coração.

A poesia com que vivo vem toda de Babilónia. De tal modo que tendo a acreditar que a poesia é a linguagem própria de quem se compreende numa cidade-cativeiro no peito do deserto e deseja ardentemente uma outra terra ou, pelo menos, a Promessa de outra terra.

Daniel compreende o deserto. Escreve de Babilónia, não de Jerusalém. Escreve da casa transitória, do corpo frágil de mendigo, não do átrio de um templo em festa, mas quase canta, inspirado pelas visões da queda de todos os reinos animais e minerais. Escreve com o coração a incendiar o deserto e a transformar-se na pedra do degrau da escada que sobe para a luz. O coração devém escada por onde sobem e descem os anjos que redigem as nascentes.

“Terceiro ano do reino de Joaquim, rei de Judá.

Nabucodonosor, rei da Babilónia, cerca Jerusalém. O Senhor entrega-lhe Joaquim com diversos bens do templo que leva para a terra de Shinear para a casa dos seus deuses: esses bens aumentam o seu tesouro.” (Dan 1, 1-2) Daniel é levado para Babilónia e aí permanece até ao primeiro ano do reinado de Ciro. Daniel, íntimo da Ciência do Altíssimo, é chamado para servir Nabucodonosor. Interpreta os seus sonhos enigmáticos, explica-lhe a queda da estátua de pés de argila e a desgraça da árvore mais frondosa da terra. Decifra-lhe, portanto, os sinais do fim.

Daniel é a voz fissurada do Inaudível e a voz do Grande que o atravessa como um exército com todas as espadas e lanças em brasa. Daniel – a Voz do Penetrante – sofre de hemorragias e de fracturas múltiplas, expostas, insuperáveis, insolúveis, entre a boca e a fonte, entre o sangue e a palavra. Daí as lágrimas que sempre precedem as visões. Daniel tem visões inquietantes de guerras iminentes e de monstros divisores. Escreve-as. O seu livro é o Primeiro Livro do Apocalipse e os seus inimigos primogénitos de Babilónia lançam-no no fosso dos leões, mas os leões só os devoram a eles, como quem devora o Absurdo.

Sinto sempre confusamente uma angústia que me fala e me faz ditados de sinais. A poesia nasce essencialmente de fracturas múltiplas – fracturas expostas, insuperáveis, insolúveis no momento da escrita. A fractura primordial impõe-se como distância – e toda a poesia, como a vivo, é uma acção e um padecimento à distância, que pede um esforço de travessia, de busca e de aproximação. Por isso, os poemas são testemunhos de forças desejantes e de obstáculos. Por isso, também, há tanta arte cartográfica, tanta ciência do tempo e do espaço, na poesia – e a sua afinidade com o lançamento da voz procederá inevitavelmente da imaginação das posições, dos hiatos e dos movimentos possíveis. A poesia lança a voz, arrisca-se nas labaredas instantâneas da voz, perde o chão, sobe à boca, ao rubor da pele, seja no grito puro de uma simples vogal desarticulada, seja no grito amoroso de um nome próprio, seja no grito orante ao Sem-Nome ou ao Nome-Íntimo-de-Todos-os-Nomes. Os poemas, como os vivo, balançam como pontes de corda sobre o abismo, significam aquela distância abstracta e a distensão concreta de Mim, desejando-Te, sempre nocturnamente, sempre no meio de uma insónia. Há, de certo, outros poemas que não conheço: poemas de labor absolutamente diurno, bem equilibrados entre o sono e a vigília, entre a noite e o dia, mas esses são outra espécie de animal doméstico que nunca me nasceram em casa. Os poemas, como os vivo, em estado livre, denotam perturbações muito adaptativas dos ritmos circadianos, tendem naturalmente a ser nocturnos; mostram desconhecer qualquer plenitude, sobretudo a da luz, embora estejam sempre a medir as estrelas com os mais desvairados astrolábios e sempre concentrados nos elementos mais incandescentes. Os poemas, como os vivo, em estado livre, batem-se corpo a corpo com a distância. Assim, compreendo que a poesia se extinga ou se converta em dança quando se vence – ou se imagina que se vence – a distância. No instante do êxtase unitivo, se tal milagre existe, poderá dizer-se que o corpo místico ou corpo amante transmutam e suspendem o meu corpo original, como lugar fissurado, e libertam uma outra verbalidade que interrompe a escrita no tacto. Os corpos místicos e amantes escrevem com os dedos por cima e por baixo da pele, entram por outra linguagem, passam à era da pós-escrita. Toda a poesia, como a vivo, aspira e ferve pelo tacto, o silêncio do tacto. O poema, onde me desenho, incendeia-se, contorce-se, projecta-se para demonstrar ou celebrar a fracção e a incompletude.

Pergunto-me incessantemente se esta “aspiração” pelo silêncio do tacto absoluto não será um equívoco pelo qual a poesia se descompreende e se vota à impossibilidade de Dizer, porque sempre habitada pelo movimento que só repousa num outro regime que não o do Dizer? Pergunto-me se o dizível não pode curar-se desta febre que o faz inclinar-se para o seu Outro, o da redacção dos dedos sob e sobre a pele, se o dizível não pode repousar na sua célula, se ele tem de desejar a metamorfose em tangível? Pergunto-me: qual a vocação ou qual a natureza da voz que chama a poesia à vida, que faz da vida uma vitalidade? Pergunto-me: qual o “acréscimo de ser” ou o “acréscimo de viver” que a imaginação poética pode trazer consigo ao trabalhar de dentro do sistema da língua, que por si só define já possibilidades, realidades e necessidades? Pergunto-me: como se cruzam e se fecundam reciprocamente a força estruturante da linguagem e a força transgressiva dos silêncios somatizados?

A poesia de Daniel, como a vivo, escolhe a gravidade dos caminhos do deserto, num horizonte metafísico optimista, anti-trágico, onde a palavra declara uma adesão confiante a si própria e à sua eficácia para produzir a nudez da Interlocução. O seu Quase-canto, simultaneamente expressivo e performativo, apresenta a estrutura de um sinal eficaz, ou seja, a estrutura de um sacramento, pois este sinal “produz o que significa” e, assim, funde o real com o imaginário, transfigurando ambos e levando a linguagem a lugares duros e concretos, onde ainda não tinha ido. Aí, a linguagem regressa sempre – por fora e por dentro – ao Lugar do Outro, por outro caminho.

Esse Quase-canto significa um desejo de relação, fundada num tipo único de sangue e de circulação sanguínea abraçando a morte como a irmã singular que abre a porta à imersão no Sol Absoluto, olhos nos olhos. Esta relação define o modo e a língua da auto-compreensão, com duas âncoras a rasgar os fundos: a carência e o desejo, com um sentido agudo do Último e do Penúltimo desde o Ante-Primeiro: arqueologia e escatologia no meio das águas, no meio do entendimento gradual da aridez. Exemplares, no seu corpo a corpo com os motores das chamas, os poemas que constituem a série sobre A Noite Escura de S. João da Cruz descrevem a viagem ardente, a conversão do coração em escada. Eles traçam o caminho inclinado, eles simbolizam e realizam um “exercício espiritual” de purificação do sangue pela sede. Partem do não-entendimento da sintomatologia teologal, o sequioso vazio; atravessam os canais que levam de uma noite a outra noite, pela obscuridade de Deus a escrever com os dedos, sobre e sob a pele; e culminam, muito fundos e pacíficos, no preenchimento transbordante onde um canto novo sem palavras, uma unidade branca, faz recompreender-se e renascer.

Quanto a mim, não sei se creio no poder da Palavra para lhe subordinar a Vida ou se permaneço sempre na inquietude assimétrica entre a brutalidade do vivido e a inevidência do Sentido. A verdade é que sinto constantemente uma falha na língua – e na boca e no corpo todo e em todos os abraços que nunca abraçam Bastante. E confesso, por fim, que me morde muito uma ferida ininterrupta: a ausência de verbos copulativos, o “ateísmo” abissal da linguagem – de todas as linguagens. Os meus poemas terminam sempre a começar, “hesitando” entre a possibilidade e a impossibilidade, “não sabendo se sim… ou se não…”. Cordas desfibrando-me sobre o abismo. Não sei se as cordas são de pontes, ou de sombras, ou de coisas de febre e de jejum demasiado prolongados… Se digo que me dói a espuma das ondas retraindo-se, não sei onde termina a metáfora e começa o corpo. Não sei se há outra cidade que Babilónia. Só conheço Jerusalém dos livros terrestres e não me reconcilia com o pó. Cantar com tanto pó na boca? Posso? Não sei…

* Comunicação de Paulo Renato na sessão das Quartas Mal-Ditas "urgência de outro sítio" (que assinalou no Clube Literário do Porto uma década sobre o desaparecimento do poeta Daniel Faria, no último 9 de Junho), que o CLP tem o prazer de publicar, agradecendo ao autor a gentileza.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

DIA 12 DE JUNHO, INAUGURA A "PLANET CARAVAN", EXPOSIÇÃO COLECTIVA DE ÂNGELA BERLINDE, CÉSAR TAÍBO E VALTER HUGO MÃE NO CLP


Revestindo a forma de estreia, Ângela Berlinde, César Taíbo e valter hugo mãe apresentam pela primeira vez uma mostra colectiva designada PLANET CARAVAN, na qual decidem abordar os quadrantes da irrealidade da viagem, enquanto fugaz sedução de um mundo que perde peso e adquire a leveza do paraíso. As obras surgem num espaço poético que combina as viagens cinematográficas de Ângela berlinde, com os reflexos da pintura “comics abstraction” de César taíbo, e a luminosidade esdrúxula das mulheres, nos desenhos valter hugo mãe.

O projecto expositivo apresenta-se como uma reflexão em torno das várias linguagens artísticas: a fotografia, a pintura o desenho, da forma como cada linguagem se revela particular no seu meio através do seu discurso próprio e como se inter-relacionam.

No universo denso de viagens de Planet Caravan cruzam-se imagens captadas em inúmeras realidades, a poética da viagem no espaço equilibra-se com o entusiasmo e o espanto da navegação quer no espaço, quer nas oscilações entre o real e o sonho.

Trata-se da aglutinação de várias viagens numa só viagem: a do devaneio. É uma viagem liberta da fatalidade do tempo cíclico, apenas aberta à renovação.

Uma mostra de trabalhos que nos projectam para um ameno veludo intocável.

© berlindeproduções

A exposição PLANET CARAVAN estará patente na Galeria e Cave do Clube Literário do Porto até ao final do mês de Junho.

ALGUMAS FOTOGRAFIAS DA SESSÃO DAS QUARTAS MAL-DITAS DE ONTEM EM HOMENAGEM AO POETA DANIEL FARIA



O Clube Literário do Porto publicará ao longo dos próximos dias uma série de fotografias do evento da noite de ontem que contou com a participação do Colectivo das Quartas Mal-Ditas e o apoio do Museu do Carro Eléctrico.

Em homenagem ao poeta que nos deixou há dez anos, ontem, numa noite de versos, viagem e chuva, várias pessoas se reuniram num eléctrico à porta do Clube Literário do Porto para ouvir e dizer poesia de Daniel Faria. Entre elas os poetas Joana Serrado, Paulo Renato e Nuno Higino.

SUGESTÕES DE LEITURA PARA JUNHO, por Tiago Patrício

Teatro:


"Peça com Repetições, (A)tentados"; de Martin Crimp, edição Campo das Letras
Se o teatro de Sarah Kane possui uma estética alucinada que toca o público através de electrochoques, num novo teatro da crueldade, Martin Crimp lança-nos a ideia de que não somos quem realmente pensamos que somos e que vivemos numa época não humana, num anúncio. Teatro por vezes sem personagens, num mundo dividido entre cidades assépticas e cheias de arte, cafés elegantes e roupas atraentes nas montras e outro mundo devastado por bombardeamentos, devastação e sangue nas ruas. Uma orquestração de tempos e motivos de respiração, num jogo dramatúrgico de ecos e repetições. (retirado da introdução de Paulo Eduardo Carvalho)

"Inverno" e "O nome" - Jon Fosse, edição Campo das Letras e também nos Livrinhos de Teatro das edições Cotovia
Jon Fosse é Norueguês e estreou-se na literatura em 1983, é um dos dramaturgos contemporâneos mais representados na Noruega.Estreou em Portugal, em 2000, com a peça "Vai vir alguém", pelos Artistas Unidos no espaço A Capital, em Lisboa.


Ensaio

Um quarto que seja seu - Virgínia Woolf, editora Vega
Um livro que faz eco da falta de independência das mulheres até ao séc. XX para poderem escrever. A falta de autonomia financeira, de pensamento e de espaço em casas e famílias que reclamavam o tempo e a disponibilidade feminina. "Um quarto que seja seu" continua a ser uma referência para quem pretende descolar de uma escrita naturalista, de justificações e complexos e iniciar um caminho próprio de tentativa e erro, de riscos e quedas em abismos criativos.

O declínio da mentira - Oscar Wilde
No seu estilo exuberante e de um humor vivo, Wilde relembra que é a vida quem imita a arte e não o contrário. Um tema actual em que os publicitários/colunistas/comentadores dos jornais e televisão actualizam e fabricam diariamente a realidade em que devemos acreditar, enquanto tudo arde abaixo dos nossos pés.



Poesia



Homens que são como Lugares mal situados, Daniel Faria, Fundação Manuel Leão
No mês em que passam 10 anos do seu desaparecimento, Daniel Faria consolida um espaço de referência na poesia portuguesa contemporânea.

"Homens que são como casas saqueadas
que são como sítios fora dos mapas
como pedras fora do chão
como crianças órfãs
Homens sem fuso horário
homens agitados sem bússula onde repousem
homens que são como fronteiras invadidas
que são como caminhos barricados
homens que querem passar pelos atalhos sufocados
homens sulfatados por todos os destinos
desempregados das suas vidas

(...)
Homens tão impreparados tão desprevenidos
para se receber
homens que trabalham sob a lâmpada
da morte
que escavam nessa luz para ver quem ilumina
a fonte dos seus dias"


Obra Poética - Cecília Meireles
Poeta brasileira, recebeu o prémio da academia brasileira em 1938, pela primeira vez concedido a uma mulher."Um viver permanente contíguo à morte, um sentir-se ausente e separada do amado por incapacidade de uma perfeita comunhão e porque a morte foi outra. Um desentendimento com a própria condição, uma recusa a julgar-se e a julgar os outros, um saber-se diferente e excluída." Nas palavras de João Bénard da Costa em 2001


Ficção



As casas de Julho e Agosto - Maria Gabriela Llansol, Relógio d'Água
"Um tratado sobre a escrita e a leitura e a servidão; sobre a pobreza e a sobrevivência; sobre o humano e o pré-humano. Eis um livro sobre o despojamento. O leitor deve esquecer os lugares comuns da cultura, o sítio restrito do aquário; deve abandonar a edeia de narrativa e a ideia de clausura que lhe subjaz e entrar no rio que aqui se confunde com o mar (da escrita) abarcando a ideia da casa aberta e fechada, nada ficando a saber da sequência dos factos narrados." José Augusto Mourão


O livro das igrejas abandonadas - Tonino Guerra, Assirio & Alvim
Tonino Guerra nasceu em Itália, trabalhou em cinema como argumentista de Michelangelo Antonioni, Fellini, Tarkovsky e Angelopoulos. Escreve poemas num dialecto em que quase ninguém fala, o romanholo e conserva-se fiel aos seus pequenos contos, fábulas e à tradição oral da sua infância "É um camponês cosmopolita. É no campo, onde viveu a infância e aonde regressou, que estão as suas raízes, as suas obsessões primordiais, o seu espaço mágico e porventura a sua língua. Mas foi a cidade que o levou ao encontro do mundo, dentro e fora de Itália, e lhe revelou a irradiação secreta que os ritos campestres podem ter num imaginário cosmopolita" Vicente Jorge Silva




Tiago Patrício nasceu no Funchal em 1979 e cresceu em Trás-os-Montes. É farmacêutico pela Universidade de Lisboa e estuda actualmente na Faculdade de Letras. Começou a publicar poesia nas antologias Jovens Escritores de 2007 e 2008. Realizou uma residência artística em Praga em Novembro de 2007, onde trabalhou com o Conservatório de Dança e com a Companhia Nacional de Bailado da República Checa.Fez uma teleperformance com poemas traduzidos para Checo no Teatro Archa em Junho de 2008Com "O Livro das Aves" venceu o prémio Daniel Faria 2009.Trabalha actualmente como farmacêutico no Hospital Prisional de Caxias.

HOJE O CLP ASSINALA UMA DÉCADA DE LÍNGUA OFICIAL MIRANDESA

No dia 10 de Junho, data em que se comemora o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, o Clube Literário do Porto assinala os 10 anos do Mirandês como segunda Língua Oficial Portuguesa, com uma conversa em torno do futuro da Língua Mirandesa, a decorrer pelas 18h00 no Piano Bar do CLP. Estarão presentes Francisco Niebro, Júlio Meirinhos, António Bárbolo e José Meirinhos.





Amadeu Ferreira, também conhecido como Francisco Niebro, é o homem que na última década traduziu mais de uma centena de autores portugueses e estrangeiros para Mirandês. Trata-se do maior divulgador da língua mirandesa em Portugal, tendo traduzido já para para Mirandês dois volumes da banda-desenhada Asterix, a Bíblia e Os Lusíadas. Tem um blogue dedicado ao tema. No Nordeste, semanário regional de informação, empresta o nome a uma coluna de opinião e a uma série de entrevistas dedicadas a dar a conhecer a cultura mirandesa.

José Meirinhos é docente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e membro do antigo Centro de Estudos Mirandeses na FLUP.

Júlio Meirinhos é considerado o "pai do Mirandês", por ter sido o responsável pelo reconhecimento oficial da Língua Mirandesa, ao levar, à Assembleia da República a proposta de Lei (7/99) que aprovou o Mirandês como Língua Oficial em Portugal.


O evento pretende reunir a comunidade mirandesa do Porto nos espaços do Clube Literário e promover a divulgação da língua que é hoje falada por 7 mil pessoas em Portugal, no ano em que se comemora uma década do Mirandês como segunda Língua Oficial.

Sobretudo, é objectivo do Clube Literário aproveitar este dia para falar sobre as obras que têm dado a conhecer a língua, para debater o que se tem feito ao longo desta década no sentido da sua promoção e saber qual o futuro da segunda língua portuguesa. A conversa será moderada pelo jornalista e analista político Carlos Magno.

HOJE
no CLP
às 18h00

terça-feira, 9 de junho de 2009

HOJE, AS QUARTAS MAL-DITAS ASSINALAM UMA DÉCADA SOBRE O DESAPARECIMENTO DO POETA DANIEL FARIA

Este evento conta com o apoio do Museu do Carro Eléctrico. A sessão terá lugar num eléctrico situado à porta do Clube Literário do Porto, na Rua Nova da Alfândega, nº22.

HOJE
no CLP
às 21h30

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O "ANO DE DARWIN" COM OS MAIS PEQUENOS NO CLP







Hoje de manhã, nas comemorações dos 200 anos de Darwin no Clube Literário do Porto, com os alunos do Colégio Creche - Paróquia do Candal Nossa Srª da Bonança.

DIA 10 DE JUNHO, NO CLP VAI FALAR-SE MIRANDÊS



"O ANO DE DARWIN" PARA OS MAIS PEQUENOS NO CLP

O Clube Literário do Porto promove um conjunto de actividades a partir das 09h30 de hoje em torno das Comemorações dos 200 Anos do Nascimento de Darwin destinado aos alunos do Colégio Creche - Paróquia do Candal Nossa Srª da Bonança.

Convidamo-lo a estar presente no "Ano de Darwin"!

HOJE

no CLP

às 09h30

domingo, 7 de junho de 2009

DIA 9 DE JUNHO, A PRÓXIMA SESSÃO DAS QUARTAS MAL-DITAS ACONTECE DENTRO DE UM ELÉCTRICO


Graças ao apoio do Museu do Carro Eléctrico, a próxima sessão das Quartas Mal-Ditas no Clube Literário do Porto que assinalam o 10º aniversário do desaparecimento do poeta Daniel Faria acontecem dentro de um carro eléctrico, à porta das instalações do CLP, situado na Rua Nova da Alfândega, nº22 - Porto.

Por isso, não se esqueça: no dia 9 deste mês, já na próxima Terça-Feira, pelas 21h30, num carro eléctrico em frente ao Clube Literário do Porto estarão presentes vários poetas e intelectuais que darão o seu testemunho sobre o poeta da "Explicação das Árvores e de Outros Animais", entre eles: Nuno Higino, Paulo Renato, Joana Salgado, Henrique Manuel S. Pereira.

Leitura de poemas pelo colectivo das Quartas Mal-Ditas.

DIA 9 DE JUNHO NÃO PERCA A QUARTA MAL-DITA NO CLUBE

Dia 9 de Junho, excepcionalmente numa Terça-Feira, não perca a próxima sessão das Quartas Mal Ditas no Clube Literário do Porto, que assinalam uma década sobre o desaparecimento de Daniel Faria e fazem uma homenagem ao poeta da geração de 90.

Estarão presentes os poetas Rosa Alice Branco, Nuno Higino e os vencedores do Prémio Daniel Faria, Joana Serrado e Paulo Renato.

Com leituras por Anthero Monteiro, António Pinheiro, Amílcar Mendes, Isa Mar, Luís Carvalho, Mário Vale Lima, Rafael Tormenta e Marta Tormenta.

Organização e colagem de textos por Anthero Monteiro.

Convidamo-lo a ouvir e a ler a poesia de Daniel Faria! Não falte!

HORA DO CONTO: "O SONHO COR-DE-VERDE DA RITA"


HOJE
no CLP
às 15h00

sábado, 6 de junho de 2009

ONTEM, NA FEIRA DO LIVRO DO PORTO



COMEMORAÇÕES DO DIA MUNDIAL DO AMBIENTE NO CLP





No dia Mundial do Ambiente, o Clube Literário do Porto promove um conjunto de actividades dirigido às crianças da Fundação Couto, com materiais da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo, ISDIN e o apoio da Divisão Municipal do Ambiente da Câmara Municipal de Gaia.

O espaço estará aberto a qualquer criança que queira participar. E, como acontece em todos os eventos promovidos pelo CLP, a entrada é livre.



HOJE


no CLP


às 09h30

SANDRA BOTELHO E ALBERTO MENDONÇA - CONCERTO

Esta noite, pelas 23h00, no Piano Bar do CLP estarão Sandra Botelho (canto) e Alberto Mendonça (piano).

HOJE
no CLP
às 23:00

EXPERIMENTE O TRADUTOR "Pertués -> Mirandés"

Comece já a experimentar aqui e não se esqueça de aparecer no dia 10 de Junho, Dia de Camões, pelas 18h00, no Clube Literário do Porto para uma conversa informal que assinala os 10 anos de Mirandês como Língua Oficial, com a presença de Amadeu Ferreira, Júlio Meirinhos, António Bárbolo, José Meirinhos e do jornalista Carlos Magno.