sábado, 4 de abril de 2009

INAUGURAÇÃO DE "LOST POET TREE", EXPOSIÇÃO DE LÚCIA DAVID NO CLP

Inauguração da exposição "Lost Poet Tree", de Lúcia David, na Galeria do Clube Literário do Porto. Os trabalhos de Lúcia David estarão patentes até ao final do mês de Abril.

Os livros são recipientes de mistérios. Ler um livro é uma dupla acção: desmistificar mas profanar esse mistério. Os leitores não assimilam simplesmente. Eles reajustam, reescrevem e reconstroem texto e significado, deixando marcas visíveis da sua viagem através do livro como notas, sublinhados, marcadores, páginas dobradas, manchas, impressões digitais…memórias acumuladas. Este momento em que o livro se torna propriedade privada, carregando consigo marcas do tempo, é o mote para o trabalho artístico de Lúcia David.

O pensamento criativo na obra da artista parte de três elementos - preto, branco e vermelho. O preto é o compartimento sem luz, o nada, o ponto de partida, são as coisas na sombra, o medo, a falta de referências, o desconhecido. O preto é a silhueta. O preto é o texto.
O branco é luz, é a porta aberta para a rua ou a janela para o espaço, é a superfície virgem, a tela em branco onde são determinados cenários e histórias, é o meio para chegar aos objectos e lhes dar vida. O branco é a página onde se desenha ou contorna a silhueta. O branco é o papel.
O vermelho é a emoção. É muscular, fluído e quente. O vermelho é o sangue. Não se vê mas sente-se o pulsar, quando se lê um texto, uma frase…uma história.

Esta exposição é uma colagem de várias interpretações plásticas e reflexões poéticas. São obras de várias séries tendo todas em comum o mesmo ponto de partida que é o livro como um objecto multidimensional e multifacetado, apresentando-se aqui completamente fragmentado.

HOJE
no CLP
às 21h30

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