“Pensava que uma das poucas qualidades que tinha era a ausência de inveja. Não é verdade. Invejo os poetas. O que eu queria mesmo, o que mais queria neste mundo, o que mais desejava mas não tenho talento, era ser poeta. Até aos dezanove, vinte anos, só escrevi poemas. Descobri que eram maus, que não era capaz, que me faltava o dom. Foi um achado tremendo para mim, a certeza que a minha vida perdera o sentido. E então, aflito, desesperado, a medo, comecei a tentar outra coisa, porque não me concebia sem uma caneta na mão.”
- ler aqui a crónica de António Lobo Antunes na Visão.
- achado aqui no Porosidade Etérea.
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1 comentário:
Adoro este "ruminar" do António Lobo Antunes. Andava tão longe das minhas primeiras investidas na poesia. Foi uma boa surpresa. Obrigada.
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